- Era uma vez na Aldeia do Bom Proveito, um cozinheiro à procura da receita que superasse todo o cozinhado eleito, a quimera da refeição perfeita. Chefe Tachinho deu-se a trabalhos austeros: leu o Pantagruel e os manuais de alquimia, descobriu novos e raros temperos, experimentou original especiaria. Cácia de Java, Mostarda da Indonésia, Pimenta Calabresa, Baunilha de Pequim Frutos Secos da Polinésia perfumavam a cozinha de jasmim. Guisados dos Balcãs e da Grécia saladas, refogados, soufflés e caldeiradas com cânfora e açafrão. Combinava o Mestre com fartura flor, folha e fruto, casca, caule e raiz, noite e dia no assado e na fritura nem já dormia o infeliz. Por muito que tentasse Tachinho não lhe agradavam as iguarias. Ou porque era amargo o cominho ou porque não eram frescas as enguias. Chegou então certo dia, ao restaurante do chefe Tachinho, um famoso provador e guia da melhor comida e do bom vinho. “Vou-lhe servir a refeição perfeita!” Prometeu o cozinheiro ao convidado. E para não fazer a desfeita entregou-se de corpo e alma ao cozinhado. Entre a variedade dos ingredientes e o rigor das porções, meditando sobre as sementes e protestando com os rojões, Preparando molhos e unguentos, agitando agridoces poções, escolhendo os condimentos e saltando entre os fogões, não deu pelo passar da hora Chefe Tachinho em roda viva. Anda pela cozinha à nora, na azáfama da receita festiva. Cansado de esperar lá fora, o provador entra na cozinha zangado: “O que me estava a apetecer agora era um ovo estrelado!” Nesse dia triste e funesto, ao Chefe Tachinho foi revelado que o menu mais modesto pode ser o mais apreciado. E depois desse dia fatal, nunca mais em Bom Proveito se voltou a tentar a pedra filosofal da tragédia do prato perfeito. Cansado de esperar lá fora, o provador entra na cozinha zangado: “O que me estava a apetecer agora era um ovo estrelado!” Nesse dia triste e funesto, ao Chefe Tachinho foi revelado que o menu mais modesto pode ser o mais apreciado. E depois desse dia fatal, nunca mais em Bom Proveito se voltou a tentar a pedra filosofal da tragédia do prato perfeito.
(Esta Rábula é feita em quadras, mas não consigo postar! Vai assim! Sorry! :D )
8 comentários:
Linda Amiga:
Uma Rábula sensacional. Comporta mensagens preciosíssimas.
É na simplicidade do Ser/Estar/Sentir que se vê os grandes Seres Humanos.
Perfeito. Admirável. Repleto de beleza.
A sua beleza, linda Flôr.
Beijinhos pela sua forma de ver as coisas e as pessoas. Com imensa pureza e deslumbre.
Sempre a estimá-la e respeitá-la
pena
Olá amiga Flor.
Bom dia, parabéns pelo dia das Mães. Que as bênçãos de Deus derrame sobre você.
Obrigada pelas palavras gentis.
Texto interessante. Concordo em que
o prato mais interessante e modesto; é aquele servido com carinho, naturalidade.
Nosso prato preferido é aquele que nos apetece.
Convido para visitar o atelier dos
Tapetes; tem um texto postado, que fala um pouco da minha vida.
Pode comentar, fique à vontade.
Desde já agradeço.
Fique com Deus.
Felicidadessssssssssss
beijinhossssssssssssss
carinhososssssssssssss
Lindo... quantos ensinamentos!
Bom Domigo, minha querida.
Mil beijinhos
Feliz Dia das Mães Flor!
Beijocas
Micas
neste dia 11, também na holanda é celebrado o dia da Mãe, e porque estava lá, recebi o presentinho da minha filha e outro, das minhas netinhas...o mais importante, com o carinho e amor delas as 3!, também o meu genro me felicitou,
é linda a família que me rodeia , mesmo que longe...
beijinhos
neste dia 11, também na holanda é celebrado o dia da Mãe, e porque estava lá, recebi o presentinho da minha filha e outro, das minhas netinhas...o mais importante, com o carinho e amor delas as 3!, também o meu genro me felicitou,
é linda a família que me rodeia , mesmo que longe...
beijinhos
E fiquei-me a ler
Adorei!!
Beijo em ti minha linda Flor!
(*)
e a rábula aplica-se a tudo na vida.
bjocas
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